Some stuff writen in portuguese...All by me.< Post em português, finalmente!

O ÚLTIMO ADEUS

Morto eu quero estar
E não importa em qual céu ou inferno me encontrar
Estou certo de que lá será meu lar
Com os mortos me deleito
Defuntos para os vivos nunca foram tão perfeitos
Pois nem mesmo falam de seus defeitos
Mas de seus belos feitos
Que provavelmente foram simples fatos corriqueiros
Da vida de um pobre homem sem anseios
Quero cessar a busca por um significado
Encontrar a resposta que sempre esteve ao meu lado
E abrir os olhos no tal paraíso tão desejado


O SENSÍVEL INSENSÍVEL

Algo está faltando
Ou talvez nunca esteve aqui
Nada se encaixa,
Pedaços são arrancados de mim
Uma ausência me incomoda
Lamento por aquilo,
Lamento toda hora
Quando mais um sentimento morre à minha volta
Eu não sabia sentir
Mas você tentou me ensinar
Segurou minha mão firme
E não ousou me soltar
Agora me ajude a expelir essa saudade
Daquela nossa antiga amizade
Que não sei onde foi parar


A SINFONIA DO SILÊNCIO

Lá toca a música mais bela do adeus
Para aqueles entregues aos braços de Morpheus
A mera trombeta do vento
Ressoa entre as tumbas e o insenso
Ah, quisera eu dormir eternamente
Debaixo de velas e penumbras
Cercado de estátuas e molduras
Sem temer alma alguma.
Caminho sob eles, leio seus epitáfios,
Arremesso-me sobre a terra,
sinto pertencer ao outro lado
Pode soar estranho, ou até macabro
Mas toda morte, é digna de um belo ensaio!


MORTE DO POETA ASPIRANTE

Não sei escrever, não sei narrar
Venham palavras, façam de mim o vosso lar
Não morte! Não me venha assombrar
Esse poema aqui hei de terminar!
Ainda que mais tarde venhas me buscar
Não deixe a luz se dissipar.
Que este poema se enterre em mim
Preencha meu seio, me faça jorrar
E que o nevoeiro em minha alma
Enfim comece a degelar
Imploro a ti, que não me roube o ar
Se o fizer não terei com quem contar
Só quero mais um instante
Para poder poetizar


2 DE NOVEMBRO

Aqui me deito,
Ouvindo as batidas explodirem em meu peito
Enquanto espero minha hora,
A terra esfria e vejo a vida ir embora.
Os membros enrijecem, como folhas que apodrecem
Os olhos opacos, redondos e vidrados
Revelam a tristeza do que um dia eu fui
A esperança de quem eu pretendia ser
E a angústia de quem nunca mais serei.
O medo me ataca, a respiração pára
A solidão me abraça, logo a luz se apaga
Então a vida se cala,
Quando a escuridão me afaga
E de repente não há...mais nada


GÊNESIS DO ESCRITOR FALECIDO

E ele disse : Toma Forma!
Tenha piedade
Quanto mais chega a idade
Convenço-me da verdade
Não me vem serenidade, a não ser que eu escreva
Assim mantenho a sanidade , mesmo que pereça,
Pois sou um poço de saudade,
Contemplador da inimizade,
E senhor da calamidade.
Caçoem de mim, desmoronem em mim palavras
Pois aqui remonto vosso altar
E quando em meu peito sua adaga perfurar
Sangue e lágrimas servirão para te adornar
E ele disse: Porque tu és pó e ao pó voltarás!


RUGIDO DA ALMA

Tive uma companhia toda minha vida
Da solidão sempre fui vítima e sempre sua eterna amiga
Mais tarde vieram as letras
Válvula de escape para tristeza
A face mais insana da beleza,
Uma felicidade às avessas
Todo dia é uma angústia diferente
Palavras coagulam numa escrita efervescente
Fruto das divagações de uma mente incandescente
Destilo a poesia e não estou contente
Versos são versos e ainda estou doente
As perturbações do indizível permanecem latentes
E o peso da existência, confesso,
Viverá para todo o sempre.
Assim conservarei minha segunda amiga
Testemunha de tantas perfídias!
Rogo a ti, imortal razão de uma vida,
Respira e morra em mim poesia!


O FIM INFINITO DO INÍCIO CONTÍNUO

Hoje tudo acaba e tudo recomeça
Nada é para sempre, mas o eterno é sempre novo
Vidas, conversas, risadas
Poemas, palavras e mágoas
Não há porque temer uma nova jornada
Mais cedo ou mais tarde, o antes não será nada

E se me perguntarem o que foram feitas das raízes
Eu lhes mostrarei troncos fortes e viçosos
Frutos amadurecidos e sedosos,
Que virão a se erguer cada vez mais.

Morre aqui, o passado que arquitetou o futuro
E finalmente surge a luz que se infiltrou no escuro
A mudança do comum para o inesperado
E assim o encontro de um fim necessário,
Para o início de um outro final,
Ainda não revelado.


A sorte e a morte

Desejo a morte, mas quero viver
Não me vem a sorte
E não entendo o porquê
Rogo aos anjos, que façam chover
E aos demônios, que me façam adormecer
Quero a certeza de toda vida
Quero rever sua face límpida
Quero alcançar a via sem saída
E viver vida após vida
Quero romper essa dimensão e encontrar-me
Poder tocar a lua e renascer
Alimentar a velha esperança em meu ser
De que ainda sua forma, irei rever
Só lhe peço que não me esqueça
Pois onde quer que esteja
Onde quer que eu pereça
Estarei em nossa fortaleza
Quando minha má sorte vir a ceder
E da santa morte eu florescer

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